terça-feira

Lorelay entrou no banheiro e se olhou no espelho. Para ela, olhar a própria imagem no retângulo acima da pia era mais fisiológico do que qualquer escatologia.
Penteou os cabelos, 100 vezes como mandaria uma bíblia capilar -caso existisse uma. Ficou leoa, com os cabelos louros estufados pela fricção da escova. Gostou. Se sentiu femme fatale. Desejou que um homem a esperasse na sua cama. Nu. Se assim fosse, colocaria 2 gotas de perfume em cada lóbulo da orelha e iria tigresa econtrá-lo. A realidade. Na sua cama nada a esperava que não fossem frios lençóis que congelariam seus pés até que o seu corpo dissipasse calor suficiente para se aquecer.
Entrou no banho. O chuveiro quente lhe daria muito mais alívio nesse celibato imposto. Gregório. As angústias faziam parte de um passado próximo, latente. Ensaboou o corpo. Sentiu as áxilas ásperas, os seios frágeis, as coxas firmes.
Fez espuma com o sabão e o colocou entre as pernas. Um triângulo equilatero.
Entrou debaixo d`água e a espuma se desfez. O desejo não.

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